Abdelmassih é preso no Paraguai - Jornal do Commercio (Brasil)
O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por 52 estupros e atentado violento ao pudor, foi preso ontem no Paraguai. Abdelmassih estava foragido desde janeiro de 2011. Condenado em novembro de 2010, ele liderava a lista de procurados da Secretaria da Segurança de Pública de São Paulo. Quem o encontrasse poderia levar R$ 10 mil, o maior valor oferecido pela pasta.
A prisão ocorreu no início da tarde de ontem, numa ação da Polícia Federal brasileira e da polícia paraguaia. O ex-médico foi localizado com a ajuda do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo. Por meio de uma escuta telefônica, o órgão obteve a informação de que ele poderia estar no Paraguai e repassou a dica para a Polícia Federal.
Uma equipe de dez policiais federais foi enviada à capital paraguaia. Com a ajuda da polícia local, conseguiram descobrir o paradeiro e prender Abdelmassih. Não foi informado em qual cidade ele foi preso. Ele será deportado sumariamente pelas autoridades paraguaias por também estar na lista de procurados da Interpol. Ele deve chegar hoje a São Paulo.
Segundo a titular da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, delegada Celi Paulino Carlota, Abdelmassih também é alvo de um inquérito, que apura se ele cometeu crimes relacionados à lei de biosseguranca quando atuava na área de reprodução assistida. Havia a suspeita de que ele inseminava mais óvulos do que o indicado para que a fertilização tivesse sucesso.
FAMA
Abdelmassih era um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do País. Seu caso foi denunciado pela primeira vez ao Ministério Público em abril de 2008, por uma ex-funcionária. Depois, diversas pacientes com idades entre 30 e 40 anos e bem-sucedidas profissionalmente disseram ter sido molestadas quando estavam na clínica.
As mulheres dizem ter sido surpreendidas por investidas do médico quando estavam sozinhas sem o marido e sem enfermeira presente. Três afirmam ter sido molestadas após sedação.
Formalmente, ele foi acusado de estupro contra 39 ex-pacientes, mas como algumas relataram mais de um crime, há 56 acusações contra ele. Abdelmassih negou por diversas vezes ter praticado crimes sexuais contra ex-pacientes. Ele afirma que foi atacado por um movimento de ressentimentos vingativos.
Abdelmassih também já chegou a afirmar que as mulheres que o acusam podem ter sofrido alucinações provocadas pelo anestésico propofol.
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