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30 de Abril de 2024
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    Família queria fazenda inteira - Jornal do Commercio (Cidades)

    CONFLITO Mysheva Martins entrou na Justiça para ser inventariante dos 1.800 hectares da propriedade pivô da morte do seu noivo

    O interesse da família Martins na Fazenda Nova não se resumia aos 25 hectares leiloados para quitar uma dívida trabalhista. A advogada Mysheva Martins entrou com um processo de remoção de inventariante na Justiça para poder ela mesma administrar os 1.800 hectares da Fazenda Nova, às margens da BR-423, em Águas Belas.

    A Fazenda Nova pertencia a Maria das Dores Ubirajara Tenório, que morreu em 2006, aos 95 anos, e não deixou filhos. O espólio do bem conta com 10 herdeiros diretos, entre os quais Jandira Cruz Ubirajara, esposa de Zé Maria. Mysheva arrematou os 25 hectares pelo lance mínimo de R$ 100 mil em outubro do ano passado. O pai dela, Lourival Martins, consta como um dos beneficiários em um testamento que está sendo contestado na Justiça, sob a alegação de que teria sido feito quando Maria das Dores já tinha idade avançada, sofria de Alzheimer e era cuidada por médicos ligados aos Martins.

    Na tentativa de destituir o atual inventariante, Carlos Ubirajara, irmão mais velho de Edmacy Ubirajara, Mysheva teria argumentado perante a Justiça que a fazenda estaria sendo palco de crime ambiental. Para tal, contou com a participação do noivo e promotor Thiago Faria Soares, que chegou a tirar fotos de queimadas e desmatamento.

    O advogado Leandro Ubirajara, filho de Zé Maria e sobrinho da mulher de Edmacy, não negou os problemas com os Martins, mas garantiu que tudo estava sendo resolvido no âmbito da Justiça. Ele disse que o pai é inocente e que não sabe do paradeiro dele. "A gente está com medo. Não está nem dormindo em casa."

    Avaliada em cerca de R$ 20 milhões, a Fazenda Nova teria passado a ser cobiçada sobretudo após a última seca, pelo fato de ter uma fonte considerável de água, visitada ontem pela reportagem. Zé Maria tem um carro-pipa e costumava comercializar o produto para fazendeiros da região. Em sua ação judicial, Mysheva alegou que a água rendia R$ 1,5 milhão por ano. Na frente da casa de Zé Maria, na Rua Quinze, o carro-pipa está estacionado desde segunda-feira, dia do crime.

    Leandro afirmou que as famílias não chegavam a ser inimigas viscerais, mas tinham suas diferenças. Há 30 anos, Zé Maria sofreu um atentado no qual levou cinco tiros, incluindo um que o deixou com uma cicatriz no braço, que carrega até hoje. Surgiu a suspeita de que o autor do atentado teria sido Lourival e um irmão.

    TRANSFERIDO

    Edmacy foi transferido por volta das 20h de ontem para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. Antes de ir ao Cotel, ele deveria passar no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), na Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, e ser submetido a exame residuográfico para detecter traços de pólvora.

    O acusado seguiu escoltado em uma viatura da Companhia Independente de Operações e Sobrevivência na Área de Caatinga (Ciosac) e, antes de entrar no carro, foi enfático: "Eu quero dizer que sou inocente e vou provar isso. Estou sendo acusado injustamente."

    (conteúdo vinculado)

    Noiva aponta Edmacy como autor dos tiros

    A advogada Mysheva Martins reconheceu, na tarde de ontem, na Delegacia de Águas Belas, Agreste do Estado, o agricultor Edmacy Ubirajara como o homem que executou seu noivo, o promotor e ex-professor de curso preparatório para concursos Thiago Faria Soares. No final da noite de anteontem, ainda no Grande Recife, para onde viajou para o sepultamento do futuro marido, ela já havia reconhecido o suspeito via telefone celular. Também depôs ontem um homem que estava passando pela PE-300 no momento do atentado e presenciou a execução.

    Edmacy passou a noite na cadeia da delegacia. Pela manhã, passou mal por conta de pressão alta e foi levado para a Maternidade João Secundino de Souza sob forte aparato policial. Dois minutos depois, Mysheva chegou ao local, abatida e chorando muito. Amparada por parentes, não falou com a imprensa.

    A noiva da vítima viu o suspeito por um vidro escuro na sala de reconhecimento. Ela reconheceu Edmacy como sendo o autor dos disparos. Serve como prova, uma vez que ela estava lá, afirmou o delegado de Águas Belas, Alysson Câmara.

    DEFESA

    A defesa de Edmacy ainda tenta convencer a Polícia Civil a apurar outras linhas de investigação. Rumores sobre um relacionamento anterior de Mysheva são amplamente propagados em Itaíba e Águas Belas.

    Outra hipótese ventilada é que o promotor participaria, na semana que vem, de um julgamento de homicídio que tem como acusado um homem chamado Gilberto Martins, que seria da família de sua noiva.

    O chefe da Polícia Civil, Osvaldo Morais, informou que tinha conhecimento de relacionamentos anteriores de Mysheva, mas afirmou que a causa da morte do promotor foi a disputa pela fazenda.

    Não descartamos nenhuma possibilidade, mas a linha de investigação mais clara é a briga pela posse da fazenda. As investigações sobre o antigo relacionamento não avançaram, explicou.

    "Querem um boi de piranha"

    JORNAL DO COMMERCIO - Vocês garantem que Edmacy Ubirajara é inocente. A senhora estava com seu marido no dia do crime?

    SOLANGE RODRIGUES PEREIRA - Do domingo para a segunda-feira, a gente dormiu na casa do meu pai, na Rua Padre Nelson, número 96. É quase vizinho à casa do prefeito, lá tem câmeras de segurança, pode pegar as imagens.

    JC - O que vocês fizeram neste dia?

    SOLANGE - A gente saiu por volta de 7h30. Fomos na oficina ver o conserto do carro do meu filho e de lá chegamos na casa da minha irmã. Aí depois eu fui na farmácia colocar crédito no celular, e meu marido e ele foram abastecer o carro no posto de gasolina Santa Rosa, no Centro de Águas Belas.

    JC - Por quanto tempo ele ficou nesse posto?

    SOLANGE - Foi só tempo de eu carregar o celular. Coisa de uns 10 minutos. Em 10 minutos não dá para fazer nada, moço.

    JC - E depois disso?

    SOLANGE - Fomos para a comunidade de Santa Rosa, em Itaíba, onde moramos. A gente chegou lá umas 10h30.

    JC - O que a senhora acha dessa acusação contra seu marido?

    SOLANGE - É um absurdo. Estão querendo um boi de piranha. Meu marido nem tinha muita proximidade com Zé Maria. Foi uma coisa que pegou todo mundo de surpresa. Esse mandado de prisão que arrumaram contra ele foi de 2000, de um caso de um carro roubado. Meu marido cumpriu quase dois anos de pena no regime fechado e mais um ano e meio no aberto. É passado.

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    a verdadeira história do promotor assassinado! continuar lendo